Estamos terminando a segunda fase do documentário Não Existem Heróis. Todas as fases de um documentário são importantes e têm o seu nível de dificuldade, mas a produção...
Essa é uma fase que na maioria dos projetos audiovisuais, com raras exceções, são demoradas, exigem um planejamento cuidadoso que podem demandar certa complexidade. Não que seja difícil, algumas realmente o são, mas a dificuldade está em alinhar demandas como disponibilidade de pessoal, meios, cronograma das produtoras, condições de tempo e coincidência de eventos. Existem coisas que ficam para trás, em detrimento de outras, para que o conjunto como um todo não sofra e o projeto não fique prejudicado. Isso falando do ponto de vista da direção do filme.
Tecnicamente, algo pode não parecer tão refinado como se gostaria que fosse, e é nessas horas que se discute o que é mais importante no contexto geral do documentário: técnica ou conteúdo? Neste blog não queremos entrar no mérito da questão, mas acreditamos que os dois podem andar juntos, sim. Mas coloco aqui um pensamento: a embalagem é melhor do que o produto? Você pode até consumir um produto, seduzido pela sua bela aparência, mas se ao experimentá-lo, for ruim, duvido que você volte a comprá-lo. Se a qualidade que você almeja em um audiovisual estiver ao seu alcance, use-a da melhor forma possível, com todos os recursos que o projeto possa exigir, pra que depois você não se queixe de não ter utilizado aquela ótima ferramenta de trabalho por causa da preguiça.Neste final semana (dia 07 Ago), aqui em Boa Vista-RR, assistimos à abertura das comemorações do Dia do Documentarista, organizada pela ABDeC (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas). Assistimos cerca de 11 documentários, e alguns deles não possuíam o refino que talvez alguns poderiam exigir, mas tinham excelente conteúdo histórico, social e cultural. Os filmes mostraram coisas que eu nem imaginava que existiam, ou aconteciam em Roraima, apesar de já morar a mais de 20 anos na capital Boa Vista. E a tônica que gostaríamos que o documentário Não Existem Heróis tivesse, era a de pelo menos se juntar a esses companheiros em seriedade e relevância, para que algum benefício, a sociedade pudesse extrair da forma como lhe bem aprouver.
Luiz Cláudio C. Duarte, diretor geral